António Fonseca, investigador da Universidade Católica Portuguesa, defende que os SAD, centros de dia e lares terão que se ajustar às necessidades e às expectativas dos seus utentes e não o contrário.
O envelhecimento da população vai implicar uma mudança de paradigma das respostas sociais aos idosos, de forma a que as pessoas não só possam viver mais anos, mas possam viver mais tempo com mais saúde física e mental e felizes. Os serviços de apoio domiciliário, os centros de dia e as estruturas residenciais para pessoas idosas terão que se ajustar às necessidades e às expectativas dos idosos que as procuram e não aquilo que elas pensam que será o mais adequado para eleis. Foi uma das mensagens que o investigador António Fonseca, da Universidade Católica Portuguesa e consultor da Fundação Calouste Gulbenkian na área do envelhecimento, deixou na Conferência Desafios e Soluções para a Proteção Social do Futuro, que a União das Mutualidades Portuguesas, UMP, organizou no último sábado, em Freamunde, numa parceria com a
Associação de Socorros Mútuos Freamundense, que acaba de celebrar os seus 134 anos de história.
A Secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão, Clara Marques Mendes, reconheceu que “o país não está a fazer tudo o que é necessário” para que os idosos vivam mais tempo com mais qualidade e autonomia. A começar pela oferta manifestamente insuficiente de ERPIs e a terminar no modelo de serviço de apoio domiciliário (SAD) que é um exemplo de uma política pública que “não acompanhou a evolução da sociedade”.
Explicando aquelas que têm sido as tónicas do governo, Clara Marques Mendes lembrou as alterações introduzidas no estatuto do Cuidador Informal, que permitem ter, hoje, mais cuidadores. E adiantou o modelo de SAD que o Governo estava a desenvolver na altura em que a Moção de Confiança foi rejeitada no Parlamento, em que os idosos e as famílias poderão dispor de outros cuidados para além das refeições e da higiene diárias, nomeadamente companhia para ir a um serviço público, a uma unidade de saúde, ao supermercado ou ao café.